sexta-feira, 30 de março de 2012

Fim de semana em casa? Dicas, testadas e aprovadas

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DE FILMES

Um recente – Meia-noite em Paris (Woody Allen, 2011)

Um antigo – O anjo exterminador (Luis Buñuel, 1962)

Um mais antigo ainda – Aconteceu naquela noite (Frank Capra, 1934)

Um antigo pra caralho! – Viagem à Lua (George Méliès, 1902)






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DE MÚSICAS

Raul, Canto para a minha morte – do álbum Let me sing my rock’n roll, antologia concebida e produzida pelo fã-clube oficial, de tiragem limitada, com músicas nunca incluídas nos discos oficiais.

Lennon, álbum Shaved Fish – todo bom! Exemplos: Mind games, Woman is nigger of the world, Cold Turkey, Imagine, Give peace a chanceMother...

Vander Lee, Esperando Aviões.

Milton, Quem sabe isso quer dizer amor.

The Velvet Underground – sugestão cult, banda experimental, vanguarda até nas capas.




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DE LEITURA

Cantáteis, livro de poesias do cantor Chico César.

Qualquer bobagem do Harlan Coben.

Carta Capital (nesta semana: desdobramentos do caso Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira).












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DE RECEITAS

Bacalhau gratinado (no Dona Benta: Comer Bem)

Suflê de espinafre

Gravatinha a carbonara


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E, quando nada mais houver, INTERNET:

The Meta Picture

Rede Só: português, biologia, física, literatura etc.

Encyclopedia of life

Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira

Porta curtas Petrobrás

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Jornalista e editor demitidos depois de faniquito tucano

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Por causa do texto abaixo - uma resenha favorável do livro A Privataria Tucana - o jornalista Celso de Castro Barbosa e o editor de história da revista de História da Biblioteca Nacional, Luciano Figueiredo, são demitidos depois de faniquito do PSDB.

(com informações do Portal da Imprensa)

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O jornalismo não morreu

Privataria Tucana prova que a reportagem de investigação está viva e José Serra, aparentemente, morto

Celso de Castro Barbosa

Engana-se quem imagina morta a reportagem de investigação no Brasil. Embora os jornalões, revistas semanais e emissoras de TV emitam precários sinais vitais do gênero, ele está vivíssimo, como prova A Privataria Tucana, livro do premiado repórter Amaury Ribeiro Jr.

Lançado em dezembro e recebido pela grande imprensa com estridente silêncio, seguido de críticas que tentaram desqualificar a reportagem e o autor, o sucesso do livro, já na terceira edição e no topo das listas dos mais vendidos, não se deve a suposto sentimento antitucano. Até porque os fatos objetivos relatados não poupam o PT. Não há santos na Privataria.

Com base em documentos oficiais, da CPI do Banestado e outros que o autor conseguiu em cartórios, Amaury torna pública a relação de dirigentes do PSDB e a abertura de contas no exterior de empresas de fachada, responsáveis pelo retorno ao Brasil do dinheiro sujo da corrupção. Dinheiro que voltou, naturalmente, limpo.

Muita gente deve explicações à Justiça que, nesse episódio como em outros envolvendo expressivos representantes da elite brasileira, move-se a passos de tartaruga. Ou simplesmente não se move. Pelo cargo que ocupou na época das tenebrosas transações, as privatizações da era FHC, José Serra, então ministro do Planejamento e depois duas vezes candidato à presidência, prefeito e governador de São Paulo, é quem tem a imagem mais chamuscada, para não dizer estorricada, ao fim da Privataria Tucana.

De origem humilde, o tucano paulista exibe patrimônio incompatível com os rendimentos de um político. Tudo em nome de sua filha, Verônica, que ao lado de Ricardo Sérgio, tesoureiro das campanhas de Serra e Fernando Henrique, emergem como principais parceiros do ex-governador no propinoduto que marcou a venda das empresas de telecomunicação.

Além de jogar uma pá de cal na aura de honestidade de certos tucanos, o livro de Amaury tem ainda o mérito de questionar, involuntariamente, a atuação da grande imprensa no país. Agindo como partido único, onde só é permitida uma única opinião, jornais, revistas e mídia eletrônica defenderam, com unhas e dentes, a privatização. O principal argumento era a vantagem que traria aos consumidores: eficiência e tarifas baixas por causa da concorrência. Passados mais de dez anos, o Brasil cobra tarifas de telefone das mais altas do planeta e as concessionárias são campeãs de reclamação nos Procons.

Não bastasse, ao ignorar o lançamento do livro, a imprensa hegemônica mostra sua face semelhante à dos piratas: um olho tapado, que nada vê, e outro atento à movimentação dos adversários.

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Violência presumida em estupro de vulneráveis: SDH reage

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A seguir, nota da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República sobre a decisão do STJ a cerca de violência presumida no estupro de vulneráveis.

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NOTA PÚBLICA sobre decisão do STJ que inocentou acusado de estupro de vulneráveis

Data: 28/03/2012

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Secretaria de Direitos Humanos

NOTA PÚBLICA

Sobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que inocentou um homem da acusação de ter estuprado três meninas de 12 anos de idade, sob a alegação de que a presunção de violência no crime de estupro pode ser afastada diante de algumas circunstâncias, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) informa que encaminhará solicitação ao procurador Geral da República, Roberto Gurgel, e ao Advogado-Geral da União, Luiz Inácio Adams, para que analisem medidas judiciais cabíveis para reversão desta decisão.

Entendemos que os Direitos Humanos de crianças e adolescentes jamais podem ser relativizados. Com essa sentença, um homem foi inocentado da acusação de estupro de três vulneráveis, o que na prática significa impunidade para um dos crimes mais graves cometidos na sociedade brasileira. Esta decisão abre um precedente que fragiliza pais, mães e todos aqueles que lutam para cuidar de nossas crianças e adolescentes.

Sobre o acórdão do TJ de São Paulo, que manteve a absolvição do acusado, com a justificativa de que as vítimas, à época dos fatos, “já estavam longe de serem inocentes, ingênuas, inconscientes e desinformadas a respeito do sexo”, consideramos inaceitável que as próprias vítimas sejam responsabilizadas pela situação de vulnerabilidade que se encontram. Confiamos que o Poder Judiciário brasileiro fará uma reflexão sobre os impactos dessa decisão e terá condições de revertê-la, garantindo os Direitos Humanos de crianças e adolescentes.


Maria do Rosário Nunes

Ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

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Comentário do blog:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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quinta-feira, 29 de março de 2012

Requentado: "A ciência, a religião e a língua da cobra"

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O texto a seguir foi escrito há alguns anos. Alguns argumentos não se mantêm efetivos.

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A Ciência, a Religião e a Língua da Cobra

O encontro mais significativo entre a ciência dos homens e a sua religião foi amistoso. Os maiores nomes da revolução científica moderna, ocorrida no Século XVII, eram cristãos (Galileu, Kepler, Newton, Redi, entre outros) e o seu estímulo era examinar, pela lente da ciência, a obra da criação.

No Século seguinte, chamado “das Luzes”, o homem da ciência passou a ver o seu Deus de uma forma impessoal, holística, panteísta – o ente da criação não estaria, necessariamente, envolvido nas coisas do mundo e da vida humana. E isso quando muito, pois o materialismo ateísta avançava pelas vias do Racionalismo, do Empirismo e do Positivismo.

Saltando ao Século XX, após a conturbada acomodação de posições dos Oitocentos, as relações entre ciência e religião assumem formas diversas. Algumas se fundamentam no embate, na negação arrogante e agressiva, cada lado a apontar o dedo acusador para a visão de mundo do outro lado; outras vislumbram um novo milênio menos sectário, com a perspectiva de uma nova revolução alicerçada na questão essencial: ciência e religião são de fato inimigas ou podem ser parceiras?.. Ou seriam apenas duas estranhas?

A visão geral, do senso comum, poderia enxergá-las como eternas antagonistas, arqui-inimigas no embate milenar entre fé e razão, cada uma insidiosamente empenhada na aniquilação da outra, a se digladiarem perpétua e violentamente nas batalhas de uma guerra inglória.

Uma visão de neutralidade também é possível – e sedutora. Ciência e religião como duas estranhas, cada uma a se ocupar do seu próprio domínio sem se esbarrar – por absoluta impossibilidade, haja vista a natureza antitética de cada domínio: um concreto, racional; o outro abstrato, espiritual. De um lado a ciência a se ocupar da relação de causalidade entre os fatos; do outro, a religião, apontando para a transcendência do sentido e do propósito da vida. Simples assim...

A condição da neutralidade é inegavelmente confortável. Cada uma delas se firmaria sobre seus próprios fundamentos e se ocuparia dos seus próprios domínios, sempre a uma distância segura uma da outra – a César o que é de César... Todavia, mesmo sob a perspectiva da “intangência” e do acordo tácito de não agressão – e de não cooperação, naturalmente –, a complementaridade entre ambas, fenômenos civilizacionais que o são, é inegável. Portanto, e a despeito da aparente comodidade, a condição de neutralidade não é viável nem satisfatória para lado algum.

Em decorrência da inviabilidade da condição de neutralidade, o que se observa ao longo dos séculos é o anseio por uma parceria; e não apenas complementar – como de resto acaba ocorrendo, não obstantes as aspirações mais radicais – mas também associativa, entremeada, entrelaçada, com os tentáculos de uma a avançar suavemente sobre o domínio da outra.

O fato é que a ciência, na medida em que “infla” sua bolha de conhecimento, percebe o aumento proporcional dos pontos de contato com o inexplicável e o ininteligível, a descansar além dos limites da razão – e eis aí o campo para a especulação metafísica. Do mesmo modo a religião (e faça-se aqui a devida distinção entre religião histórica e o fenômeno da fé), sob a roupagem de uma nova teologia, mais gnóstica e menos dogmática, procura igualmente o exercício da razão como meio de escapar ao tradicional e ao institucionalizado. Procura escapar, sobretudo, à ortodoxia medieval, distanciando-se cada vez mais de uma escolástica ultrapassada que já não apresenta respostas satisfatórias, tampouco coerentes com as mais básicas e mais razoáveis exigências sensoriais do ser humano moderno.
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quarta-feira, 28 de março de 2012

Decisão do STJ relativiza presunção de violência em estupro

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Presunção de violência contra menor de 14 anos em estupro é relativa

Da Coordenadoria de Editoria e Imprensa do STJ

Para a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a presunção de violência no crime de estupro tem caráter relativo e pode ser afastada diante da realidade concreta. A decisão diz respeito ao artigo 224 do Código Penal (CP), revogado em 2009.

Segundo a relatora, ministra Maria Thereza de Assis Moura, não se pode considerar crime o ato que não viola o bem jurídico tutelado – no caso, a liberdade sexual. Isso porque as menores a que se referia o processo julgado se prostituíam havia tempos quando do suposto crime.

Dizia o dispositivo vigente à época dos fatos que “presume-se a violência se a vítima não é maior de catorze anos”. No caso analisado, o réu era acusado de ter praticado estupro contra três menores, todas de 12 anos. Mas tanto o magistrado quanto o tribunal local o inocentaram, porque as garotas “já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data”.

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), a própria mãe de uma das supostas vítimas afirmara em juízo que a filha “enforcava” aulas e ficava na praça com as demais para fazer programas com homens em troca de dinheiro.

(Continue lendo aqui)

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Comentários do blog:

1. A decisão leva em conta a condição de prostituição das menores, mas ignora as diversas situações de risco social (miséria, abuso de drogas, abandono etc) que frequentemente levam a essa prática.

2. Colateralmente, a decisão redunda na proteção do indivíduo que se serve da prática nefasta da prostituição infantil.

3. A decisão é especialmente pragmática quando avalia a condição de prostituição da criança/adolescente; todavia, segundo o nosso entendimento, a proteção à criança/adolescente deveria privilegiar essencialmente, e ainda que com elementos subjetivos, a condição per se de criança/adolescente.
Art. 227 - CF. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
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Nota: o autor deste blog NÃO É especialista em Direito; as opiniões acima são orientadas pelo mero discernimento.

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terça-feira, 27 de março de 2012

Marcos Bagno em defesa do ENEM

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Charge: Marcelo Fávaro
 
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Em defesa do ENEM
Por Marcos Bagno

Mais de cinco milhões de estudantes brasileiros participaram do último ENEM. Para quem não sabe, (e para se ter uma ideia do que esses os representam), a população absoluta de muitos países (Dinamarca, Finlândia, Noruega, Zelândia, Uruguai, etc.) não chega a esse total. Isso quer dizer que se, por exemplo, cinco mil testes tivessem apresentado algum problema, seria apenas 0,1 por cento do universo de provas. Se fossem quinhentos mil, seriam 10 por cento. No entanto, em todo o histórico do ENEM, nunca em suas edições ocorreram tal número de falhas. Recentemente, numa escola do Ceará, 639 provas ficaram sob suspeita porque algum professor, cometendo um ato de absoluta desonestidade profissional, copiou os pré-testes que o MEC aplica aleatoriamente no país antes do exame oficial e que devem ser incinerados. Quem for bom de matemática (eu não sou) faça as contas e descubra o que são 639 num universo de 5 milhões. E ainda vem um procurador ávido por seus 15 segundos de fama pedindo a anulação de todo o exame. Haja!

O ENEM se apresenta hoje como uma excelente alternativa para a extinção dessa monstruosidade chamada vestibular. Nada justifica que uma pessoa, tendo concluído com sucesso o ensino médio, precise se submeter a uma maratona de testes estressantes para ter acesso ao ensino superior. Pior ainda, que alguém que vá, por exemplo, para um curso de Letras, tenha de fazer provas de Matemática, Química, Física e Biologia. A monstruosidade também está na indústria multimilionária que o vestibular criou ao longo de décadas e que fez ele perder qualquer razão de ser, se jamais teve alguma. Ainda que se alegue que o exame servia para aferir o que os estudantes tinham aprendido, o que surgiu na verdade foi uma preparação para o vestibular, uma distorsão absoluta dos supostos objetivos do exame. Com isso, os três escassos anos do ensino médio se tornaram simplesmente uma longa prévia da tortura psicológica que estaria por vir no final do terceiro ano. Fui matricular certa vez meus filhos recém-alfabetizados numa escola de classe média em São Paulo e perguntei à diretora qual era a linha educacional do estabelecimento. Ela respondeu sem titubear: "Aprovar nossos alunos no vestibular". Saí correndo de lá com as crianças.

O ENEM se configura como uma interessante ferramenta de avaliação do ensino médio e, ao contrário do vestibular, não tem como gerar uma indústria de cursinhos, apostilas etc. Sua metodologia rejeita as questões pontuais, conteudísticas, e apela muito mais para as habilidades cognitivas do candidato. Na prova de linguagem, por exemplo, nada de nomenclatura gramatical, análise sintática e outras idiotices do gênero, mas questões que tentam mobilizar o raciocínio lógico, a intuição linguística e a capacidade de leitura e interpretação de textos.

Agora, a perguntinha boba: por que a mídia faz tanto alarde quando ocorre alguma falha no ENEM? E a respostinha ainda mais boba: porque ela se entrega de corpo e alma ao lobby poderoso da indústria do vestibular. Essa indústria tem seu máximo representante no bilionário grupo Objetivo, espalhado por todo o território nacional, do qual surgiu outra excrescência, a Unip, que de universidade tem só o nome. Quem acha que Globo, Veja, Estadão e caterva poderiam resistir aos vestibudólares dessa indústria? Quem acha que nossa mídia vendida vai apoiar o que quer que seja que venha de um governo que tenta retirar das oligarquias seus bens mais preciosos?


Marcos Bagno é linguista, escritor e professor da UnB – www.marcosbagno.com.br

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(Da Revista Caros Amigos, nº 180/2012, página 6)
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segunda-feira, 26 de março de 2012

A amargura deles e a minha indignação

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DiCaprio e Streep nos papéis de Hoover e Tatcher

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Pretendo assistir as cinebiografias mais comentadas do momento, mas no aconchego da alcova, tão logo estejam disponíveis em DVD. Por ora, ouço falar. E de ouvir falar, penso na absoluta impossibilidade de qualquer realizador apresentar, com desapaixonada correção, a vida particular de duas personagens tão controversas e de tamanha relevância histórica. Aqueles que assistiram dão conta de que os cristãos, belicistas e conservadores/neoliberais Hoover e Tatcher são retratados sob um enfoque pessoal no mínimo indulgente, tanto no auge do poder quanto na amargurada velhice. Segundo ambos os panegíricos, as duas figuras, a despeito de experimentarem, um a vitória de Nixon, outra a derrocada da União Soviética, são ainda, no ocaso de suas vidas, assombrados pelo fantasma da subversão comunista que combateram com tanto afinco.

Imaginando essas figuras poderosas, cruciais em seu tempo para a feitura da história dos vencedores, acometidas pela melancolia nas vésperas de se fazer as malas, reflito sobre as benções da confortável e aquietada insignificância de uma vida orientada pelo ceticismo e pelo humanismo. A opção pelo desapego, pelo secularismo e pelo socialismo (ou capitalismo social, ou liberalismo social, ou seja lá como hoje se prefira nomear a opção pela liberdade e pela igualdade) garantirá uma velhice sem amarguras, posto que mínima e fisicamente capaz. O desfecho será nada além de um ponto final a encerrar uma existência sem expectativas de elevada transcendência, e conduzida pela ideia pacífica da extinção. E norteada, ao menos em tese, pela justa noção de humanidade sempre a mover uma incansável indignação (*). Não haverá, creio eu, amargura que capture esses últimos dias.

(*) Indiganação que em nada se parece com melancolia ou com amargura; e que se firma, além de outros elementos, em dados como estes: 67,6 % da população adulta mundial sobrevive com 3,3% da riqueza global, metade da mesma população detém apenas 1% dessa riqueza; do outro lado do abismo, os 10% mais ricos dominam 84% da riqueza global, o minúsculo vértice de 1% abocanha 44% de todos os recursos do planeta dos quais 38,5% pertencem ao 0,5% mais rico (dados do Global Wealth Report 2011 do Credit Suisse; fonte da imagem: idem, página 14 - clique para ampliar).


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sexta-feira, 23 de março de 2012

Drops da Sexta

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Tomo conhecimento que até o final de 2012 mais de um bilhão de perfis estarão inscritos no Facebook – empate técnico com o número de famintos no mundo, segundo dados da FAO. Pergunto aos meus bem alimentados e conectados botões (com as escusas do plagiado) se há, entre esse par de bilhões, alguma interseção. Não me surpreenderia se houvesse. O que ainda me surpreende, mesmo, é a fome.

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Matéria de capa da Time Magazine desta semana. Estudos da Universidade de Michigan indicam que mulheres entre 20 e 30 anos já estão ganhando mais dinheiro do que os homens na mesma idade. A conferir.












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Segundo os últimos informes (aqui e aqui), um dos psicopatas cabeças de búfalo detidos ontem na Operação Intolerância da polícia federal é suspeito de homicídios não resolvidos e de agressões contra a esposa. O outro, sofria bullying na escola e foi considerado semi-imputável pela justiça do DF.

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Morre Chico Anysio. A impressão é a de muitas perdas...



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quinta-feira, 22 de março de 2012

Presos suspeitos de serem responsáveis por site de ódio

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Emerson Eduardo Rodrigues e Marcelo Valle Silveira Mello, de Curitiba e Brasília, respectivamente. Estes são os indivíduos presos hoje de manhã pela polícia federal em Curitiba, Paraná, suspeitos de serem os responsáveis pelo site silviokoerich.org.

Advertência: o conteúdo do referido site possui textos ofensivos e imagens de violência extrema.

O site, velho conhecido dos militantes LGBTs, feministas, negros e esquerdistas, há tempos divulga mensagens de ódio e apologia à violência, inclusive com incitação a crimes graves, dirigidas a homossexuais, mulheres, negros, nordestinos e judeus. O Núcleo de Repressão aos Crimes Cibernéticos, unidade especializada do Departamento de Polícia Federal, conduziu as investigações da Operação Intolerância, que culminaram com a identificação e prisão dos dois suspeitos nesta manhã. Até o momento da publicação desta postagem o site continuava no ar; a última postagem é datada de 20 de março de 2012.

Com informações de TN Online, Paraná Online e G1 Paraná
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sexta-feira, 16 de março de 2012

Privataria tucana: um luxo só!

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O jornal Tribuna da Bahia cobre o lançamento de "A Privataria Tucana", do repórter Amaury Ribeiro Jr., em Salvador, com a seguinte nota:

Privataria Tucana em Salvador. Fenômeno de vendas, o livro "A Privataria Tucana", do jornalista Amaury Júnior, será lançado em uma audiência pública na próxima Quinta-feira, às 17h30, no Hotel Fiesta, em Salvador. Proposto pelo deputado estadual Joseildo Ramos (PT), o debate vai reunir, além do autor do livro, o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB), propositor da CPI da Privataria no Congresso Nacional e Luiz Fernando Emediato, publisher da Geração Editorial. O evento é aberto ao público.

Tudo muito bem, divulgação importante, notinha concisa e precisa, mas...

(Imagem do Conversa Afiada)

Se por um lado é escandalosa a falta de cuidado do veículo de imprensa com a composição do seu conteúdo, por outro lado isso pode ser muito bom: os distinguibilíssimos membros da rai-sossaite, percebendo o mui agradável frontispício do outro Amaury, o De Assis Ferreira Júnior, notório frequentador 0800 das festinhas dos ricos e famosos, talvez se interessem pela nota... Talvez até a leiam!.. E assim lendo acabam por tomar conhecimento da existência de tal opúsculo... E quem sabe até não adquiram algum exemplar?!..

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quinta-feira, 15 de março de 2012

Considerações sobre o fenômeno "Kony2012"

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Fenômeno Kony: redes, manipulação e resposta

Como um documentário oportunista tornou-se maior viral da História. Que ele revela sobre ingenuidade na rede e antídotos da colaboração

Por Marina Barros

O ineditismo de um vídeo de 29 minutos não é o único fator que faz de KONY2012 um fenômeno da internet. Com mais de 100 milhões de “views” em menos de uma semana, o documentário produzido pela organização humanitária californiana Invisible Children tornou-se o “viral” de difusão mais rápida desde o surgimento da internet, e a campanha de captação de recursos mais bem sucedida dos últimos anos.

Personagens reais, celebridades como Oprah, Rihanna, exércitos de jovens lindos e loiros interagindo com políticos “do bem” compõem uma trama nada simples mas com uma mensagem clara: Precisamos parar KONY! E faremos isso pela mobilização da opinião pública para a autorização da instalação de uma base militar americana em Uganda que vai…parar KONY. (Stop KONY!)

Continue lendo aqui.

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100 Milhões

Por Marcos Coimbra

Às vezes, a história acontece sob nossos olhos e não nos damos conta. Só mais tarde atinamos com a importância de algumas mudanças.

Semana passada, tivemos uma novidade na internet. Justo onde são tão frequentes que nem merecem registro. Mas não foi coisa pequena ou corriqueira.

Pela primeira vez, um vídeo de conteúdo inteiramente político postado no YouTube se transformou em um grande fenômeno de massa, pelo volume de acessos e as reações que despertou.

Em apenas três dias, chegou a mais de 50 milhões de visualizações. Dois dias depois, passou a marca de 70 milhões. Contadas as alcançadas pelas diferentes versões que atualmente existem, é provável que já tenha ultrapassado 100 milhões. Em sete dias.

Os números são eloquentes, mas não constituem o aspecto mais relevante e peculiar do ocorrido. Afinal, virais com estatísticas notáveis não são tão raros. Outro dia mesmo, o vídeo clipe da canção “Ai se eu te pego”, de Michel Teló, se transformou em um acontecimento mundial bem maior que o caso que estamos discutindo: só sua versão oficial teve mais de 230 milhões de visualizações.

Mas as diferenças entre esse e o de Michel Teló são enormes.

Continue lendo aqui.

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Ugandenses condenam Kony 2012 em TV

Por Estadão.com.br

Al Jazira cria canal para opiniões de sobre documentário polêmico; maioria das opiniões é desfavorável

SÃO PAULO – A versão inglesa da rede de TV árabe Al Jazira abriu espaço para um lado pouco ouvido em meio à enorme repercussão do filme Kony 2012: os ugandenses.

O filme Kony 2012 foi lançado na semana passada pela ONG Invisible Children com o objetivo de alertar o mundo para as atrocidades cometidas pelo líder guerrilheiro ugandense Joseph Kony. Na semana seguinte, era o vídeo viral mais rápido da história e estava no centro de uma polêmica mundial.

Com a hashtag #UgandaSpeaks, a Al Jazira está convidando cidadãos de Uganda a se manifestarem sobre o filme e seu conteúdo.

Continue lendo aqui.
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Grupo ugandense suspende exibições de vídeo sobre Kony no norte do país


Atualizado em 14 de março, 2012 - 23:01 (Brasília) 02:01 GMT

Os organizadores da primeira exibição pública no norte da Uganda de um vídeo da ONG americana "Invisible Children" sobre o líder rebelde Joseph Kony disseram que o sessão causou tantas manifestações de raiva que eles tiveram que suspender os planos para outras exibições.

O vídeo, que pede a prisão do líder do Exército de Resistência do Senhor, tornou-se viral na internet e teve mais de 78 milhões de visualizações no YouTube.

Um porta-voz do grupo ugandense Rede de Iniciativa da Juventude Africana (AYINET, na sigla em inglês), Victor Ochen, disse que o vídeo de 30 minutos provocou indignação quando foi exibido para centenas de pessoas na cidade de Lira.

Muitos na platéia reclamaram que o filme, que se chama Kony2012, era insensível e impreciso.

De BBC Brasil

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