quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Ausência

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Hora imensa, como imenso é o vazio de palavras
Só esse vento a semear silêncio
Sobre a epiderme, a querência desta lavra
Só esse vento...
Que afaga a lâmina da pele, deserta de afagos
E beija a boca deserta de beijos
Que gela o olfato deserto de aromas
(E eu que desejava mais um trago…)


Incertamente, não se sabem ausentes
Língua de sinais distantes, dormentes
No vão da mente atordoada multidão de pensamentos
Alguns não se sabem… atordoadamente
Outros escapam, subterraneamente
Como num sonho consciente
E se vão…
E voltam vazios
Sombrios e vadios


A imensidão volta a zumbir no ouvido médio
- o som desse silêncio é lâmina pungente! –
Ferida aberta sem remédio,
É hora, então, de acabar com essa dor latente…

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